Nossa planilha de orçamento e quanto gastamos

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
Existem muitas formas de fazer planos e orçamentos para viajar. Lidar com grana é um assunto complicado porque os conceitos de coisas "caras" ou "justas" variam muito de pessoa pra pessoa: variam com o nível de renda, gastos e compromissos, gostos pessoais, faixa etária, etc. Mas vamos direto ao assunto. Nós já tínhamos ido pra Bariloche há quase dez anos atrás e já tínhamos feito os passeios clássicos de lá (além de termos experimentado um hotel abaixo dos 100 dólares por noite que não gostamos). Desta vez a idéia era descansar e curtir alguns hotéis realmente bons e bons restaurantes. Inicialmente para as diárias de hotel o teto era ir no máximo a até 150 dólares por noite nos lugares mais turísticos, mas ao pesquisar os lugares que gostamos acabamos abrindo algumas excessões. Mais adiante, junto com as fotos, vou relatar quais hotéis nós aprovamos e os que foram apenas ok. 

Ao viajar nós optamos por almoçar e jantar em restaurantes praticamente todos os dias. Acho que apenas por duas vezes fizemos um lanche mais simples com as clássicas empanadas argentinas. Para almoço e jantar e bebidas no exterior nosso orçamento era de 50 dólares por dia e por pessoa. Pra algumas cidades da Argentina e Chile esse valor meio que dá e sobra. Mas em viagem é sempre bom que sobre alguma coisa e é bom levar um valor extra pra imprevistos. Além disso separamos uma quantia especialmente para gastar com as visitas e degustações em vinícolas chilenas e argentinas, além de comprar alguns vinhos de lá. 

A planilha abaixo mostra como foi nosso planejamento antes de viajar e com os valores dos hotéis convertidos para dólar. Esses foram os valores previstos e não foram realizados necessariamente dessa forma. O dia 30/11 marquei como dia "zero" porque esse deslocamento foi feito depois do expediente do trabalho, por isso com menor kilometragem, e então o dia 01/12 que efetivamente foi o primeiro dia livre viajando. 

PS1. Embora seja possível levar reais para trocar lá direto por pesos argentinos ou pesos chilenos, nós optamos por comprar dólares com antecedência. Isso teoricamente é bom pois pode te proteger da possibilidade de variações bruscas de câmbio e desvalorização repentina de alguma das moedas sulamericanas. Sabíamos também que tanto na Argentina quanto no Chile existe um imposto chamado de IVA que não é cobrado para estrangeiros, e é um senhor desconto: 21% na Argentina e 19% no Chile. No entanto para obter esse abatimento os hotéis na Argentina exigiam que o pagamento fosse feito com cartão de crédito emitido em outro país. Usar cartão fora do Brasil gera a cobrança de 6,38% de IOF para o governo brasileiro. Obviamente que é melhor ser cobrado em 6,38% do que os 21% de IVA local. No Chile pagamos os três hotéis diretamente em dólares, em cash, e recebemos troco em pesos chilenos com uma conversão aceitável. Dica: sempre pergunte primeiro o preço da diária e depois pergunte se o IVA está incluído. 

PS2. Existem muitas casas de câmbio que mostram cotações on-line e isso facilita bastante pra fazer contas e comparações. No centro do Rio de Janeiro a Ultramar Viagens e a PM Turismo mostram isso. Agora no final de 2017 o melhor local para câmbio que vimos na nossa pequena pesquisa foi na casa Mazza Turismo que fica em Santo Tomé, cidade da fronteira Argentina-Brasil. No entanto como nós passamos lá numa noite de sábado para domingo não foi possível fazer qualquer câmbio nesse local. Nós fizemos troca de moedas na loja da Cambio Andina no centro de Bariloche, parecia uma agência bancária com uma pequena fila e tudo mais. Não pareceu ser o lugar com câmbio mais vantajoso, mas nos pareceu ser mais seguro ali do que fazer câmbio com os chatos que ficam perturbando os passantes na rua ali nas quadras mais movimentadas. Em Mendoza o local para fazer câmbio era na esquina da rua Catamarca com Av San Martin, mas ali as filas estavam grandes então nem tentamos. No Chile fizemos câmbio em Pucón e a cotação do Banco Estado estava melhor do que a da loja de agência de rua mais próxima. 

PS3. Tanto antes de entrar no Chile quanto antes de entrar na Argentina já tínhamos um valor em moeda local, afinal você pode precisar abastecer ou comprar alguma coisa num posto de gasolina e pode acontecer do cartão não passar e de não aceitarem dólares (ou aceitarem com uma cotação bem ruim). Fora que os pedágios tem que ser pagos sempre em moeda local. 

PS4. Em dois hotéis nós optamos por fazer o pagamento antecipado desde quando reservamos e via cartão de crédito. Não tivemos qualquer problema, mas não recomendamos que façam isso. Viagem com muitos dias fora de casa sempre pode ter mudanças de planos, então não convém pagar nada antes. Reserve com antecedência, combine o valor por email, confirme se o valor que estão informando é com ou sem o imposto IVA, mas deixe pra pagar só quando estiver lá. A tabela abaixo mostra que nós fizemos quatro alterações no nosso roteiro e isso foi possível porque tínhamos margem de prazo pra cancelar e remarcar as reservas. Em Pucón pegamos tempo ruim, com frio e uma chuvinha insistente, nenhuma chance de ver o vulcão Vilarrica ou de caminhar sem guarda-chuva. Enquanto isso a previsão do tempo mostrava sol e tempo bom no Vale Colchagua. Mandamos bem em partir um dia antes pra lá. (Em vermelho o que cancelamos e em azul o que entrou).







PS6. O preço dos combustíveis varia bastante entre os estados do Brasil. No Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul o combustível é mais caro do que no Paraná e em São Paulo. Na Argentina existe uma política de subsídios do governo que faz com que o preço combustível nas províncias mais povoadas seja similar ao praticado no Rio Grande do Sul, e lá longe, na região de Bariloche, chegava a ser 22% mais barato (e com o preço idêntico nos postos que passamos). No entanto o preço da comida na Patagônia é mais caro. No Chile o combustível também nos pareceu ser parecido com o preço praticado no Brasil.